"Finalmente Damon meio que conquistou a garota", afirma Ian Somerhalder, que interpreta Damon ao lado da Elena/Katherine de Nina Dobrev e do Stefan de Paul Wesley. "Ela agora é vampira e ele está realmente empenhado em ficar com ela. A ironia é que, de repente, eles descobrem que talvez não seja verdadeiro. Nem ele nem Stefan vão dormir à noite até saberem se é ou não é amor real."
"Quer dizer, espera aí, cara, tudo isso para complicar a vida? O cara assaltou a maternidade", diz ele, rindo. "Ele tem 172 anos de idade e ela, 18. Acho que não rolam muitas referências sociais ou culturais aí, não. Vamos ter que esperar para ver o que acontece."
Para quem não sabe, "Diários do Vampiro" está no meio da quarta temporada nos EUA, exibida pelo canal CW. Elena, Stefan e o irmão dele, Damon, continuam a formar um dos triângulos amorosos mais sensuais da TV. Damon e Stefan estão apaixonados por Elena, a humana que há pouco se tornou vampira. Ela namorava Stefan, mas há alguns episódios – mais precisamente em "My Brother's Keeper" – eles romperam e ela transou com Damon pela primeira vez.
Entretanto, o comentário de Somerhalder sobre o amor deles não ser real se refere à sugestão de alguns fãs de que Elena seja filha de Damon e os dois estejam confundindo os laços de sangue com amor. Os últimos acontecimentos dão margem à especulação e a química entre Somerhalder e Dobrev é verdadeira – afinal, os dois estão namorando na vida real, embora nenhum dos dois assuma o relacionamento publicamente.
Tudo isso resulta numa série forte em termos de conteúdo, tema das rodinhas ao pé da máquina de café no escritório que se reflete na audiência. De fato, cerca de três milhões de pessoas estão assistindo a cada episódio este ano, bem mais do que no final da terceira temporada.
"É bom fazer parte de um seriado que ainda está crescendo", diz Somerhalder, por telefone, do set de "Diários do Vampiro", em Atlanta. "Nem todo capítulo de todo livro é bom, da mesma forma que nem todo episódio de uma mesma temporada é tão perfeito; a inconstância acontece, mas, apesar de tudo, estamos crescendo, amadurecendo."
"A audiência está subindo", afirma ele, "e dá para perceber que os fãs estão superengajados. Os roteiristas estão dando o máximo de si para garantir que a gente não caia nas armadilhas tão comuns da TV. Só espero que dure".
O último episódio de 2012 foi ao ar em treze de dezembro e, tendo em vista a época, foi um especial de Natal de uma hora intitulado "O Come, All Ye Faithful".
"Todos eles estão numa situação muito complicada", afirma Somerhalder. "É a ironia de que eu falava. Será que se ele encontrar a cura e o vampirismo de Elena desaparecer, o sentimento vai junto? Ele quer fazer a coisa certa por ela e pelo irmão, mas é uma batalha. Imagine, você finalmente consegue fazer o que quer, mas é forçado a desistir? É uma situação horrível."
"Essa busca pela cura faz parte de 'O Come, All Ye Faithful'", prossegue ele, "e a coisa vai ficando cada vez mais complexa nos episódios que vão começar a ir ao ar no ano que vem. As pessoas vão mudar de comportamento porque querem a cura. Klaus (Joseph Morgan) a quer para poder destruí-la; Elena, para poder compreender seus sentimentos".
"Não conheço exatamente a mitologia toda sobre como funciona a cura", o ator confessa, "mas sei que é superimportante e que está pesando demais sobre Damon. Ele está disputando uma briga boa e a última coisa que quer é perder Elena, mas tem que fazer a coisa certa. Tem que fazer o que deve ser feito".
Há um quê de frustração na voz de Somerhalder quando fala em "coisa certa" e ele acaba confessando que sente falta do antigo Damon, o homem misterioso da primeira temporada que era o antagonista imprevisível e perigoso da série.
"A minha vida muda todo dia, assim como a do Damon", filosofa ele, "e, da mesma forma que nem sempre aceito o que acontece na minha vida, também não aceito todas essas mudanças. Sinto falta do personagem que fazia um monte de piada, o cara que ele era antes de se tornar um homem tão sério".
"Tem tanta coisa acontecendo, tanto perigo rondando cada esquina que os personagens não têm tempo de sentar e questionar nada", ele resume. "Não é esse tipo de programa. Tudo acontece rápido e não para – o que é ótimo porque é o que lhe dá vida."